quinta-feira, 1 de outubro de 2009

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Ainda hoje encontrei o álbum de retrato que a mãe guardava em caixa perfumada. Dentro, lembranças de domingos com saias rodadas, fita no cabelo e sapatinhos de verniz triscando o assoalho.No quintal, sorrisos disfarçados sob olhares rigorosos.Certa feita a mãe disse:- Poesia é tudo aquilo que se vive, tudo aquilo que se move.Depois não mais falou.Hoje, as palavras se tornaram amarelas como a moldura na parede. Quase sempre vivas, quase sempre presentes, porém mergulhadas num profundo silêncio

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